Entrevista Coletiva: Clayton De La Vie.
Reloooooooou pipous <3
Cheguei trazendo uma super novidade, na verdade, é apenas uma modalidade nova de entrevista, fornecida pela nossa super Editora Percurso, eles entrevistaram o autor Clayton De La Vie e trouxe para que nós pudessemos transmiti-la a vocês. Que tal dar uma olhada?
Nascido em agosto de 1994, em Franco da Rocha, São Paulo, começou a escrever muito cedo. Atualmente, com vinte e um anos, tem onze obras publicadas. Dentre elas, destaca-se "A Mordida do Vampiro", que assina com o pseudônimo de Laerte Verrier. Não é casado, não tem filhos, mas nutre um namoro há alguns meses. Amante da boa música, delicia-se ao som do bom e velho Rock'N'Roll.
Silvânia Alves (Blog De Tudo Um Pouco): Haverá um segundo livro de Beije Minha Bunda?
Clayton: Silvânia, não terá um livro dois. Mas esse transmite tudo o que eu precisava passar ao leitor.
Davi Rennan (Blog Fumei Livros): Você tinha um final alternativo em mente ou pensou apenas em um?
Clayton: Davi, eu pensei em um único final, mas depois escrevi um conto que complementa a história e que mantém o mesmo fim.
Davi Rennan: Vou fazer as perguntas que eu realmente quero saber...
• Como foi feita a escolha do nome do livro?
• Algum personagem foi inspirado em alguém da sua vida?
Clayton: o título, tal como o subtítulo, faz referência a uma parte importante da vida do protagonista. Talvez até a parte mais importante para o resto do mundo. Nenhum personagem foi inspirado em algum conhecido, mas o Richard, sim, tem reflexo de alguém que, um dia, foi especial.
Dani Silva (Blog Livraria dos Sonhos): Qual sua inspiração para escrever? Qual gênero literário mais gosta de escrever?
Clayton: Dani, não tenho somente uma fonte de inspiração. Tudo o que leio ou assisto deixam reflexos, diretos ou indiretos, nas minhas obras. Sinto-me confortável ao escrever terror, pois a sanidade humana deve e merece ser explorada. É fascinante!
Julia Rios (Blog Mente Literária): Qual foi a maior dificuldade em escrever sua história? Por que escolheu publicar seu livro na Percurso? (só para variar).
Clayton: Julia, não encontrei dificuldade na criação de BMB, pois o livro, além de ser baseado em fatos reais, trata de assuntos com os quais estou familiarizado: estupros, assassinatos, sadismo – não me pergunte como kkkkk. – Quando recebi a proposta da editora para publicar meu livro, não hesitei. Conhecia os profissionais envolvidos e sabia que seria muito bem recebido. Resolvi arriscar por acreditar que, sim, o meu lugar era aqui.
Vanessa Araujo (Diretora Executiva da Percurso): O que você acha do apelido carinhoso que a nossa equipe te deu? Para os que não sabem, Clayton é chamado de "Mini John Webster" entre nós.
Clayton: Vanessa, confesso que, a princípio, ri bastante. Kkkkk... No entanto, procurei saber a respeito do John e me senti honrado por, ao ler algo meu, seus pensamentos associarem a minha escrita com a dele.
Vanessa Araujo: Focando na infância do protagonista, os traumas vivenciados por Pietro, infelizmente, são costumeiros na nossa realidade. Apesar da trama se passar em outra década, você acha que BMB também servirá de conscientização ou acredita que a psicopatia já nasce com o indivíduo?
Clayton: Essa é, sem sombra de dúvida, uma questão que merece ser discutida e, sobretudo, aplaudida em pé. A psicopatia é uma condição natural à grande parte da população, mas não está associada ao desejo de matar. Definimos o psicopata como "a pessoa que não sente empatia", enquanto o assassino em série, além de apresentar comportamentos metódicos, se sente à vontade em tirar vidas. Em suma, podemos dizer que todo serial killer é um psicopata, mas não o inverso. BMB pode, sim, servir como conscientização, pois, como mostrado na contracapa, ninguém nasce monstro. O fato de nascer psicopata não implica que a pessoa se tornará uma assassina, mas, se nascer psicopata e crescer acreditando que bater é natural, a probabilidade de que se torne um serial killer é gritante.
Vanessa Araujo: Levando em conta que Pietro foi inspirado em um famoso assassino (norte-americano, se não me engano, e perdoe-me por não me recordar do nome do indivíduo), o que pode nos dizer de Richard? Afinal, ele nos encanta logo nos primeiros capítulos, principalmente quando enfrenta o "Pietro pai".
Clayton: Richard não foi inspirado em ninguém real, a função dele na trama foi a de enfatizar que o Pietro filho se sentia melhor na companhia de homens, embora isso fique mais evidente no decorrer da história.
Vanessa Araujo: Evitando spoilers, tentarei formular a pergunta sem nomes e em códigos, porém, ciente de que os leitores compreenderão sua resposta após a leitura de BMB. O palhaço seria um alter ego de determinado personagem ou apenas uma máscara que o ajudava a se esconder de si mesmo? De certa forma, ele se envergonhava ou se comprazia do resultado final dos seus feitos (crimes)?
Clayton: Vanessa, essa questão seria melhor esclarecida se o próprio Pietro a recebesse. Na minha condição de narrador apenas, enxergo o Palhaço como uma máscara, a maneira que ele encontrou para camuflar seus atos de loucura. Eventualmente, é mais reconfortante estufar o peito e gritar que o culpado era o Rufus ao ter de assumir que o desejo de matar era algo somente dele, do Pietro.
Fernando Nery (Blog Filósofo dos Livros): Atualmente, você está escrevendo algum livro novo?
Clayton: Fernando, estou com inúmeros projetos em andamento. Dois livros que darão continuidade à série Seres do Além estão nessa lista.
Vanessa Araujo: Invoco o "simpático" Pietro para responder... Pi (somos íntimos), sua fissura pelos garotos está focada no desejo da juventude eterna?
Clayton: *Pietro Jr. incorpado* Para ser franco, Vanessa, esse meu desejo é mais complexo do que apenas a juventude em si. Não nego que o desejo pela juventude é atraente a níveis extraordinários, mas não me foco somente nisso. O desejo por alguém mais jovem está, também, relacionado à minha necessidade de mostrar a mim mesmo que, apesar da obesidade e da provável feiura, eu sou capaz de conquistar determinada pessoa. E, bem, convenhamos: se não há consentimento, tudo fica ainda melhor.
Fernando Nery: Além de escritor, você exerce algum trabalho na Editora Percurso?
Clayton: Fernando, além de escrever para a Percurso, também exerço a função de capista e diagramador.
Vanessa Araujo: Aproveitando a presença do Pietro por aqui (já que adoro invocar esses demônios humanos do além), indago: li um conto do narrador De La Vie e achei Gerard bem parecido com você. Acaso são irmãos, coleguinhas, parceiros ou... algo a mais? (só para descontrair).
Clayton: * Pietro Jr. Incorpado* O Gerard, Vanessa, na verdade, é um pouco mais do Além que eu. Ele existiu em outra época, com as mesmas características. Há quem diga que é a minha reencarnação no século XXI.
Vanessa Araujo: Concordo, você reencarnou no Gerard. Foi digno. Parabéns, receba meus aplausos! Porém, na próxima, tente ser menos cruel #ficaadica
Clayton: *Pietro Jr. Incorpado* Kkkkkk O mundo por si só é cruel. Não espere conforto de anjos estando rodeada por demônios. Abrace-os, liberte-se, torture!
Vanessa Araujo: Você deixaria a doce (nem tanto) Kendra (personagem da série Eclipse Sagrado) te torturar sexualmente?
Clayton: *Pietro Jr. Incorpado* Sempre estou à disposição para torturas sexuais, ainda mais quando a algoz é uma deusa!
Fernando Nery: Fiquei sabendo que você escreveu, em um dos seus livros, sobre uma personagem inspirada na Vanessa. Fale-me sobre ela. Que características ela tem em comum com a Vanessa? E qual seria o livro?
Clayton: Fernando, a Vanessa foi musa inspiradora para uma personagem de mesmo nome em A Mordida do Vampiro, um romance sobrenatural que assino como Laerte Verrier. Além das características físicas, a Vanessa da obra é determinada, tal como a da vida real, e esconde mistérios que parecem evidentes a princípio, mas que acabam se tornando um emaranhado de artimanhas. Acho que isso define muito bem a Vanessa real, uma pessoa transparente, sim, mas que sempre tem um truque a mais na manga.
Davi Rennan: Quando concluiu sua história e analisou seu desempenho, o que pensou? Acha que o que quis transmitir no livro encontra-se transparente para o leitor?
Clayton: Davi, quando concluí a obra, fiquei extremamente feliz com o resultado. E, sim, tudo o que eu pretendia transmitir foi feito com êxito. Geralmente, costumo escrever nas entrelinhas para que o leitor reflita mais profundamente sobre o que está lendo, mas, nesse caso, não. A história foi escancarada, nua e crua, como a vida é.
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