Editora Percurso libera prévia do livro Ocultos da nossa parceira Vanessa Araujo.
- ~ Benjamim
- 29 de nov. de 2015
- 10 min de leitura
Boa noite amorecos!
Sei que muitos já conhece o livro Ocultos - volume 1 da série Eclipse Sagrado da lindissima Vanessa Araujo, porém ela está relançando seu livro pela Editora Percurso e ele já está em pré-venda com muitas novidades, tudo exclusivo para você aproveitar. Para que você leitor saiba o que está por vir nessa nova edição, a editora resolveu liberar o prólogo e o primeiro capitulo. Confiram comigo!

A Grande Sacerdotisa de Mystikal estava perdida na Terra, oculta entre os humanos. Os guerreiros que serviam ao seu trono a procuravam, porém, não eram os únicos. O Covem adversário estava em seu encalço, gerando uma terrível batalha quando ambos os grupos se encontraram, uma peleja que não seria vista pelos olhos humanos, mas que bagunçaria tudo ao seu redor. No meio de todo esse embuste, corações se encantam e, da mesma forma, se quebram. Os antigos laços se rompem, e o herdeiro legítimo de Mystikal luta contra o descendente dos Dragões da Lua Negra para provar sua inocência diante de um terrível assassinato...
Leia a seguir o prólogo e o primeiro capítulo:
Ansiedade. Medo... Foi com esses sentimentos que uma guerreira enfrentou os primeiros minutos de sua fuga. Ao lado dos amigos, não se deu ao luxo de curtir a saudade de um amor perdido. Contudo, seu verdadeiro tormento não se resumia a isso. Obviamente, sofreu um choque ao se deparar com a realidade apresentada. Sim, ela sofreu, experimentando o duro entendimento de que muitas vidas dependiam de seus atos.
E quanto ao seu próprio destino? Nada saberia dizer... Tampouco se atreveria a vislumbrá-lo. Ela se cansou de fazer planos e ansiar para que tudo se tornasse realidade. Já não aguentava mais as frustrações que vivenciara ao longo da dura jornada que traçou. Não que desistir fosse um fato consumado, como decisão sem volta. Pelo contrário, sempre tentaria novamente... E de novo... E uma vez mais... Depois, outra... Retroceder de uma luta logo após a queda nunca fez seu estilo. Porém, machucava. E doía... Muito!
Sim, a guerreira se cansara de sonhos não realizados e de batalhas perdidas. Então, a opção da vez era apenas seguir em frente, cumprir suas tarefas dia após dia, conforme a necessidade e a vontade se fizessem presentes.
Depois da perda e do pranto, a vibração de uma nova expectativa a guiou, levando-a a raciocinar nas opções apresentadas. Consertando daqui, revisando dali. Colocando prol e contra em pauta. Simplesmente seguindo... Talvez como um robô. Talvez como gata escaldada com medo de água fria. Talvez como frustrada sem esperanças... Então, quando o efeito da confusão se desfez, desanuviando sua mente, a guerreira compreendeu a verdade dos fatos. Kendra se viu à beira de um abismo negro e depressivo. Novamente, a vida lhe presenteava com duas escolhas: ou ali se jogava ou empunhava sua espada para encarar o medo, seu maior inimigo desde sempre. Segunda opção! Enfrentar o tormento de sentimentos pesarosos e autodestrutivos que a depressão do abismo lhe causava não estava em seus planos. Doía só de imaginar em passar mais uma vez por tamanho martírio sombrio. Não! Ela determinou o fim das trevas em seu caminho, em sua mente, em sua vida. Afinal, perdera quem mais amava por conta da penumbra odiosa que cultivou em seu coração.
No princípio, o sorriso saiu forçado. Então, a alegria sincera lhe consumiu, e seu riso se tornou um ícone de esperança genuína e de força plena.
A guerreira se levantou decidida, determinada, ansiosa. Descreveu mentalmente os passos que daria daquele momento em diante e os seguiu metodicamente. De certa forma, tudo saiu melhor que o esperado... Muito melhor!
Fisicamente acabada, Kendra enfrentou suas limitações e ultrapassou os obstáculos. Mesmo cansada e repleta de dores, seguiu sem esmorecer. Sofrera a maior tragédia de sua existência e, ainda assim, buscou forças, armou-se de tal maneira que seria capaz de alcançar qualquer estrela no céu. Era como uma deusa criando um mundo novo. Porque ela lutou com afinco... A madrugada inteira! A guerreira perdeu a peleja, mas venceu a batalha.
O medo persistiu, obviamente. Inimigo tão poderoso não se retiraria de sua vida assim, sem mais nem menos. No entanto, Kendra compreendeu que era preciso encarar um tormento de cada vez, exterminar o torpor aos poucos. Também não se viu disposta a se despir do pânico, afinal, era o medo que despertava a coragem de guerrear.
Após tantos golpes sofridos, ela aprendeu a cair. Melhor ainda, aprendeu a se levantar. Sendo assim, recomeçou, porque esse era seu destino, mesmo que passasse cada segundo de sua existência entre lutas e derrotas. Alguma coisa ficaria. Por tal motivo, sorriu.
A guerreira levou anos para conhecer a si mesma, e talvez nunca encontrasse uma conclusão plausível sobre a constituição de sua alma. Sendo a vida um eterno aprendizado, Kendra decidiu se colocar como uma mutante constante – levando em conta que seu cérebro absorvia grandiosos ensinamentos em cada situação, em cada ínfimo momento, por mais simples, casual e desnecessário que aos olhos alheios parecessem... Sim, para ela, todos os instantes se tornaram raros e preciosos, porque era dessa forma que acontecia para quem muito havia perdido.
Reinar era sua sina... Sua preciosa, sublime e inaceitável sina. Discrepante. Contudo, Kendra nunca foi normal. E quando ela aceitou esse maldito carma, a guerreira recebeu a dádiva do amor exímio que jamais conseguiu vivenciar em toda sua essência. Lutando contra seus próprios sentimentos, eternizou aqueles que se foram... E a si mesma.
Seu mundo, seu verdadeiro mundo, tomou forma.
Foi assim que uma nova era surgiu em Mystikal...

Capítulo 1:
Eles corriam por aquela mata fechada. Em alguns momentos, tudo o que se escutava eram os sons das corujas. Em outros, passos apressados sobre as folhas secas de outono caídas pelo chão e o farfalhar da vegetação afastada. Contudo, tal ruído não provinha da fuga, mas da perseguição. O quarteto era habilidoso demais para produzir qualquer barulho, quase nem pareciam humanos.
Não poderiam correr por tanto tempo. Nem mesmo seus disfarces – antecipadamente preparados – seriam suficientes para ocultá-los na sombria floresta que circundava a instituição da qual fugiram. Os casacos encapuzados ajudavam, sim. Contudo, não o bastante. Então, habilidosos como felinos, abrigaram-se nas mais altas e inimagináveis árvores, impossibilitando sua captura. Quando a tropa de perseguidores desistiu de encontrá-los naquele perímetro, saltaram, pousando seus pés em um baque seco e livre de danos físicos.
— Você está bem? – indagou Fred, sussurrando para não ser ouvido. Estava sinceramente preocupado com a amiga.
Kendra assentiu. Responderia, usando a mesma tonalidade na voz – obviamente. – Entretanto, novos passos colocaram o grupo em alerta. Bem sabiam quem era o líder da perseguição que sofriam. E, apesar das habilidades exímias e superiores que esse algoz possuía – deixando-o tão silencioso quanto qualquer um dos fugitivos –, os sentidos apurados – reflexos conquistados após anos de treinamento – os colocavam em ligeira vantagem. Sendo assim, não procrastinaram em seguir adiante.
— Perto demais – murmurou Kendra, sentindo a adrenalina da urgência que imperava. – Ele se aproxima.
— Bem, você conhece o cretino – rebateu Nico, mantendo o sarcasmo de sempre. – O que esperava? Uma colaboração?
— Não dá para continuar assim – protestou Matt, o mais novo do grupo.
— Ele tem razão – concordou Kendra. – Por mais cuidados que tomemos, Sidhe pode sentir nosso cheiro a quilômetros de distância. O idiota nos encontrará.
Cessando subitamente sua silenciosa fuga, Nico a encarou. Arfante, inquiriu:
— Tem alguma sugestão?
— O clichê de praxe – brincou Kendra. – Vamos nos separar. O cara está sozinho, terá que escolher apenas um de nós para caçar.
— Pirou?! – exclamou Fred, colocando-se diante dela, sempre preocupado em protegê-la.
— Já faz um bom tempo – a moça retrucou. – Não sei se você percebeu, mas acabamos de escapar de um hospício.
— Não posso te deixar sozinha.
— Corta a xaropada – Matt resmungou, revirando os olhos. – O monstro do Lago Ness não demorará a chegar.
— A quem você acha que o imbecil decidirá perseguir quando nos separarmos? – inquiriu Fred, franzindo o cenho.
Determinada, Kendra o contornou, enquanto dizia:
— Não temos tempo para os teus surtos. – Tornando a encarar Nico, perguntou: – Onde você escondeu o carro?
— Estamos perto, mais um quilômetro e nos livraremos desse tormento.
— Seja mais específico – ela pediu.
— Passando a clareira do alinhamento megalítico, por entre os arbustos de cedro – explanou Nico. – Há uma trilha que os mochileiros costumam usar para chegar com seus jipes a esta região. De lá, é um pulo até a alforria.
Sem hesitar, Kendra deu alguns passos em direção ao quadrante norte, anunciando:
— Quem não estiver no carro dentro de dez minutos, ficará para trás. Não esperarei por nenhum retardatário.
Sorrindo, Nico encarou Fred e soltou mais uma das suas gracinhas, debochando:
— Eu já disse que adorei sua namoradinha, mano?
— Cala a boca! – Fred resmungou, empurrando o irmão para seguir seu caminho ao leste.
Cada um rumou por um quadrante. E não demorou muito para Kendra constatar que Fred estava certo. Segundos depois que ela se afastou dos amigos, sentiu que Sidhe seguia em seu encalço. Não podia deixar que o maldito a capturasse. Kendra sabia que o maníaco a usaria como isca para deter Fred e Matt – e ela orava a todos os deuses que conhecia para que Sidhe não tivesse ciência da participação de Nico na fuga.
Perto. Muito perto. A cada passo de Kendra, parecia que Sidhe se adiantava em outros dois. De repente, sentiu que mais alguém lhe perseguia. Uma presença poderosa, tão intensa que chegava quase a ser palpável.
Curiosa, ela ousou olhar por cima do ombro, assustando-se – fato um tanto raro para a guerreira (insana, diga-se de passagem). – Seu fitar recaiu sobre Sidhe, o pior pesadelo da sua existência. O maníaco estava ali, a menos de três metros de distância, pronto para atacá-la. Arfante, mas sem cessar os passos, virou-se, pois temia ficar de costas para ele. Como em um filme de terror bem blasé, Kendra tropeçou o calcanhar na raiz de uma das árvores, caindo com o traseiro na relva úmida pelo sereno da madrugada. Com os sentidos atinados ao perigo, arrastou-se de ré, da maneira que pôde, mantendo os olhos - esbugalhados – no inimigo. Até que sua fuga chegou ao fim. O grosso tronco de uma árvore a colocou no cerco de Sidhe, coagida à fúria do perseguidor.
E quando tudo parecia o fim, eis que surgiu a salvação. E seu salvador trajava uma jaqueta encapuzada que lhe escondia o rosto – e mesmo que ele não usasse tal traje, a penumbra da floresta não colaboraria muito para revelar sua identidade. A luz da lua invadia as frestas que ocasionalmente surgiam das copas das árvores, iluminando a mata em pequeninos círculos brancos reluzentes. – Nas mãos, o guerreiro oculto trazia um arco, e nas costas, uma aljava repleta de flechas. Mirando sua arma na direção de Sidhe, o estranho bradou a Kendra:
— Corra! Darei cobertura.
— Não precisa pedir duas vezes – ela ironizou, levantando-se rapidamente. – Seu desejo é uma ordem.
Apesar da urgência do momento, Kendra sentiu que conhecia aquela voz. Porém, não ficaria ali para descobrir a quem pertencia tal timbre. Ansiando pelo fim do tormento, partiu em disparada para o ponto de encontro combinado com os amigos.
A sós com o perseguidor da moça, o estranho encapuzado o encarou firmemente. Com o maxilar trincado, resmungou:
— Agora, somos apenas você e eu.
✶
— Onze minutos – reclamou Nico, adentrando rapidamente no Toyota Prado negro e assumindo seu lugar ao volante. – Deveria te deixar para trás.
Kendra apenas revirou os olhos. Gostaria de entender de que bosta de lugar do seu âmago vinha a simpatia que sentia por Nicolai, sendo que o reencontrara havia poucos dias. Bufando, ela entrou no carro, juntando-se aos outros.
— Você fala demais – murmurou, assim que se acomodou no banco passageiro.
— Ah, mas se fosse comigo, ninguém esperaria.
— Larga as fraldas, Mané. Dá logo a partida nessa joça e vamos cair fora daqui.
Sempre sarcástico, Nico replicou:
— Acato sua sugestão, querida cunhada.
Manobrando habilidosamente o enorme veículo pela trilha estreita, Nicolai alcançou a estrada. Porém, não foi muito longe. No quilômetro seguinte, um comboio os interceptou. Seis carros velozes – e blindados – os cercaram. Dois na frente, dois atrás e mais um de cada lado. Não havia por onde escapar. Rapidamente, homens armados saltaram, empunhando suas metralhadoras – Uzis de última geração – contra o Prado.
— O que está fazendo? – inquiriu Nico, com o cenho franzido, quando notou Kendra remexendo no porta-luvas do painel.
— Não é possível que você não tenha uma só pistola nesta porcaria.
— Ah, sim. Claro! – debochou Nico, bufando em seguida. – Uma Glock seria uma boa pedida para enfrentar... O quê, mesmo? – Alterando o tom da voz, bradou quase em desespero: – Um batalhão com um arsenal digno de destruir todo o inferno!
— Pega leve aí, cara – alertou Fred, desaprovando a atitude do irmão.
A cena seguinte provocou um súbito silêncio no carro de Nicolai. Todos assistiram a uma figura imponente descendo do veículo principal. Ao reconhecê-lo, o dono do Toyota esmurrou o volante, resmungando:
— Você o conhece? – indagou Matt, curioso.
Ignorando-os, Kendra destravou a porta e já colocava o pé direito para fora do carro, quando sentiu a pegada forte de Nico em seu pulso.
— Aonde você pensa que vai?
Dando de ombros, ela respondeu:
— O cara me ajudou uma vez. Sendo assim, vou fazer a social. Sabe como é, desprender meu charme e barganhar por uma mãozinha.
— Você é louca.
— E você há de concordar que é mais louco quem proporciona a fuga de três pirados de um hospício.
Com um safanão, Kendra se desvencilhou de Nico e foi ao encontro do distinto – e bem vestido – senhor. E ele sorriu torto quando a viu se aproximando – mesmo que a maluca estampasse um semblante de poucos amigos.
Os rapazes, preocupados, deixaram o veículo. Contudo, mantiveram distância. Apenas Fred fez menção de segui-la. Porém, ali ficou. Conhecia Kendra o suficiente para saber que ela odiava um chiclete grudado na sola de suas botas.
— Não me darei ao trabalho de perguntar como ou por que você está aqui – ela debochou. – Já percebi que você tem a estranha mania de aparecer nos locais errados...
— Mas nas horas certas – completou o homem, interrompendo-a. – Diga-me, investigou as informações que te passei?
— Se é por um agradecimento que espera, siga teu rumo, dobre na próxima à esquerda, caminhe até onde Judas perdeu as cuecas e só pare quando chegar à residência da puta que te pariu. Depois, procure por um telefone e ligue para minha preocupação sobre o assunto.
Gargalhando, ele rebateu:
— Uma das coisas que muito aprecio é o bom humor. Pelo jeito, isso você tem de sobra.
— Vamos enegrecer tal fato. Não faço o tipo libélula saltitante – Kendra replicou. – Estou mais para um deboche cavernoso.
— Bem, senhorita “sarcasmo sombrio”, vamos ao que interessa – ele falou, espalmando as mãos e esfregando-as, um típico sinal de ansiedade. – Como já deve ter notado, quero ser seu amigo.
— Ótimo! – exclamou em falsa alegria. – Adoro interagir com loucos.
— Sendo assim, por que não me segue? Tenho uma boa proposta a você a aos seus companheiros.
— Tenho alternativa?
Sorrindo torto, o homem respondeu:
— Não mesmo!
✶
— Quem é o palhaço? – indagou Matt, enquanto Nico conduzia o carro por onde o comboio seguia.
— Tudo o que sei é que se chama Caleb – respondeu Kendra. – Ele me salvou um dia.
— Do quê?... Ou de quem?
— Dos mentirosos assassinos.
Nesse momento, o sempre presente falatório dotado de comentários jocosos de Nico se esvaiu. Em silêncio estava, e assim ficou. Estampando um semblante sisudo, achou melhor não revelar – não naquele instante – sua ligação com Caleb. Sua estranha e súbita mudez era sua única arma para organizar os pensamentos e refletir sobre o que falaria a Fred depois que revelasse tal segredo.
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