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Autor da semana: Joe Hill.

  • ~ Benjamim.
  • 29 de nov. de 2015
  • 10 min de leitura

Oi lindezas do meu core.

Hoje resolvi homenagear meu escritor favorito indicando ele aqui para vocês, alguns o conhecem, alguns não, então se você não sabe quem é Joe Hill, aproveite para conhecer um pouco dele e de seu trabalho.


Joseph Hillstrom King, mais conhecido como Joe Hill (Hermon, Maine — 3 de junho de 1972) é um escritor estadunidense de livros do gênero de ficção. É filho do também escritor Stephen King. Seu nome foi escolhido como uma forma de homenagem ao anarquista sueco Joe Hill.

Em 2007, lançou um livro de terror intitulado A Estrada da Noite, no Brasil, e a Caixa em Forma de Coração, em Portugal. É também de sua autoria a coletânea de contos Fantasmas do Século XX, publicada no Brasil em 2008.

Voltou a escrever outra novela de terror em 2010, com o título de Horns (no Brasil, O Pacto). Todos os seus livros foram publicados no Brasil pela Editora Arqueiro.


"O escritor americano Joe Hill é vítima de uma maldição hereditária: a paixão pelas histórias de terror. A exemplo de seu pai, Stephen King (famoso por best-sellers como A coisa,O iluminado e Carrie, a estranha), Hill construiu sua carreira a partir de personagens sombrios e tramas cheias de fantasia. Embora reconheça a influência do pai sobre seu trabalho, Hill faz questão de evitar qualquer menção à sua genealogia ilustre na capa de seus livros - durante quase dez anos, nem mesmo seus agentes sabiam que ele era filho de Stephen King. Seu livro mais recente, 'O pacto', é o primeiro livro desde que sua identidade foi revelada, e também o seu trabalho mais maduro. O texto conta a história de Ignatius Perrish, um homem atormentado que, após uma noite de bebedeira, descobre que está se transformando em um demônio. Em entrevista a Época, Hill fala sobre seu novo livro, sua carreira e sua proximidade com o pai." - Revista Época.


Conheça algumas de suas obras:



Ignatius Perrish sempre foi um homem bom. Tinha uma família unida e privilegiada, um irmão que era seu grande companheiro, um amigo inseparável e, muito cedo, conheceu Merrin, o amor de sua vida. Até que uma tragédia põe fim a toda essa felicidade: Merrin é estuprada e morta e ele passa a ser o principal suspeito. Embora não haja evidências que o incriminem, também não há nada que prove sua inocência. Todos na cidade acreditam que ele é um monstro. Um ano depois, Ig acorda de uma bebedeira com uma dor de cabeça infernal e chifres crescendo em suas têmporas. Descobre também algo assustador: ao vê-lo, as pessoas não reagem com espanto e horror, como seria de esperar. Em vez disso, entram numa espécie de transe e revelam seus pecados mais inconfessáveis. Um médico, o padre, seus pais e até sua querida avó, ninguém está imune a Ig. E todos estão contra ele. Porém, a mais dolorosa das confissões é a de seu irmão, que sempre soube quem era o assassino de Merrin, mas não podia contar a verdade. Até agora. Sozinho, sem ter aonde ir ou a quem recorrer, Ig vai descobrir que, quando as pessoas que você ama lhe viram as costas e sua vida se torna um inferno, ser o diabo não é tão mau assim.




Victoria McQueen tem um misterioso dom: por meio de uma ponte no bosque perto de sua casa, ela consegue chegar de bicicleta a qualquer lugar no mundo e encontrar coisas perdidas. Vic mantém segredo sobre essa sua estranha capacidade, pois sabe que ninguém acreditaria. Ela própria não entende muito bem. Charles Talent Manx também tem um dom especial. Seu Rolls-Royce lhe permite levar crianças para passear por vias ocultas que conduzem a um tenebroso parque de diversões: a Terra do Natal. A viagem pela autoestrada da perversa imaginação de Charlie transforma seus preciosos passageiros, deixando-os tão aterrorizantes quanto seu aparente benfeitor. E chega então o dia em que Vic sai atrás de encrenca... e acaba encontrando Charlie. Mas isso faz muito tempo e Vic, a única criança que já conseguiu escapar, agora é uma adulta que tenta desesperadamente esquecer o que passou. Porém, Charlie Manx só vai descansar quando tiver conseguido se vingar. E ele está atrás de algo muito especial para Vic.




Fantasmas do século XX é muito mais do que um livro – é uma experiência sensorial assustadora e atraente. Considerado o novo mestre do horror, Joe Hill apresenta 17 contos que passeiam por todas as vertentes da literatura de terror: do sobrenatural ao suspense, do thriller à fantasia. Com um texto ágil, ácido, repleto de referências culturais, este livro tem o poder de suscitar sentimentos opostos, fazendo com que o leitor fique ao mesmo tempo aterrorizado com o rumo da história e empolgado com o ritmo da narrativa. Em cada conto, por meio da trajetória de cada personagem – um adorável menino inflável; o filho de Van Helsing; um garoto seqüestrado que recebe ligações de um morto; um editor que se vê dentro de um conto de terror; um dono de cinema que se apaixona por um fantasma –, Hill dá vida aos nossos piores pesadelos, nos levando a refletir sobre as atrocidades de que o ser humano é capaz.



Uma lenda do rock pesado, o cinqüentão Judas Coyne coleciona objetos macabros: um livro de receitas para canibais, uma confissão de uma bruxa de 300 anos atrás, um laço usado num enforcamento, uma fita com cenas reais de assassinato. Por isso, quando fica sabendo de um estranho leilão na internet, ele não pensa duas vezes antes de fazer uma oferta. "Vou ´vender´ o fantasma do meu padrasto pelo lance mais alto..." Por 1.000 dólares, o roqueiro se torna o feliz proprietário do paletó de um morto, supostamente assombrado pelo espírito do antigo dono. Sempre às voltas com seus próprios fantasmas - o pai violento, as mulheres que usou e descartou, os colegas de banda que traiu -, Jude não tem medo de encarar mais um. Mas tudo muda quando o paletó finalmente é entregue na sua casa, numa caixa preta em forma de coração. Desta vez, não se trata de uma curiosidade inofensiva nem de um fantasma imaginário. Sua presença é real e ameaçadora. O espírito parece estar em todos os lugares, à espreita, balançando na mão cadavérica uma lâmina reluzente - verdadeira sentença de morte. O roqueiro logo descobre que o fantasma não entrou na sua vida por acaso e só sairá dela depois de se vingar. O morto é Craddock McDermott, o padrasto de uma fã que cometeu suicídio depois de ser abandonada por Jude. Numa corrida desesperada para salvar sua vida, Jude faz as malas e cai na estrada com sua jovem namorada gótica. Durante a perseguição implacável do fantasma, o astro do rock é obrigado a enfrentar seu passado em busca de uma saída para o futuro. As verdadeiras motivações de vivos e mortos vão se revelando pouco a pouco em A estrada da noite - e nada é exatamente o que parece.




Nesta homenagem, um bando de motoqueiros conhecido como a Tribo corre livre pelas autoestradas norte-americanas. Depois de cometerem dois assassinatos brutais e ainda desnorteados, eles decidem fazer uma parada em um restaurante, sem imaginar que essa será a pior escolha de suas vidas. No estacionamento ao lado, caminhões se espalham pelo pátio e um deles em especial se tornará o pesadelo dos motoqueiros. Dirigido por um motorista sem rosto, ele inicia uma perseguição implacável à Tribo em uma das estradas mais desertas dos Estados Unidos.











Judas Coyne colecciona o macabro: um livro de receitas para canibais… uma corda usada num enforcamento… um filme snuff. Uma lenda do death metal de meia-idade, o seu gosto pelo bizarro é tão conhecido entre a sua legião de fãs como os excessos da sua juventude. Mas nada do que ele possui é tão inverosímil ou tão medonho como a sua última descoberta… Um artigo à venda na Internet, uma coisa tão estranha que Jude não consegue resistir a pegar na carteira. "Vendo" o fantasma do meu padrasto a quem fizer a licitação mais alta. Por mil dólares, Jude tornar-se-á o orgulhoso dono do fato de um homem morto que se diz estar assombrado por um espírito inquieto. Ele não tem medo. Passara a vida a lidar com fantasmas - o fantasma de um pai violento, o fantasma das amantes que abandonara sem compaixão, o fantasma dos companheiros de banda que traíra. Que importância teria mais um? Mas o que a transportadora entrega à sua porta numa caixa preta em forma de coração não é um fantasma imaginário ou metafórico, não é um benigno motivo de conversa. É real.



Summer. Massachusetts. An old Silver Wraith with a frightening history. A story about one serial killer and his lingering, unfinished business. Anyone could be next. We're going to Christmasland...




















E para encerrar confira uma entrevista feita pela revista Época com o autor.


ÉPOCA – Vampiros, lobisomens e outros monstros estão mais populares do que o demônio ultimamente. Porque você decidiu escrever um livro sobre ele?

Joe Hill - Eu tinha escrito várias histórias sobre fantasmas. Então pensei: ‘Ok, chega de fantasmas. O que posso fazer agora?’ E a primeira resposta que me veio à cabeça foi ‘que tal o diabo?’ Para mim, o filme de terror mais assustador da história é O exorcista. Eu assisti ao filme quando tinha 17 anos de idade, e pensava que nada mais poderia me assustar. Em menos de 10 minutos de filme, já estava prestes a molhar minhas calças e gritar pela minha mãe. Fiquei muito assustado. Como havia poucas histórias sobre o demônio além de O exorcista, achei que era um tema interessante para abordar.


ÉPOCA – Você leu muito sobre o demônio antes de escrever o livro?

Hill - Bem, eu pesquisei um pouco; acho que dá para notar isso. Mas uma coisa que decidi logo no começo é que eu não queria que meu livro se tornasse um tratado de teologia de 500 páginas. Há um pouco de teologia no livro, mas eu queria que ele fosse basicamente uma viagem assustadora. Então, o Diabo do meu livro é o mesmo do rock-and-roll. Nos EUA. O rock sempre foi a música do demônio. Esse é o meu demônio; não é o demônio da Bíblia, por exemplo. Acho esse um personagem fascinante.


ÉPOCA – O que você aprendeu sobre ele durante o processo de escrita?

Hill - Uma coisa que não demorei para notar foi que ele é um personagem muito complexo. Em algumas narrativas ele é o adversário final, o mal encarnado. Mas em outras a separação não é tão clara assim. Há a ideia de Lúcifer como um indivíduo que desafia o poder de Deus, o que o torna muito humano. E há também a velha tradição que diz que o Diabo pune os pecadores no inferno. Se o pecado é uma ofensa a Deus e o Diabo pune o pecado, Deus e o diabo são duas faces da mesma moeda. Quando estava terminando de escrever o livro, me apeguei a uma outra interpretação: a de que o Diabo é uma desculpa para o ser humano justificar sua própria maldade. Se você prestar atenção, os personagens mais assustadores de meu livro são os humanos. Não precisamos do Diabo para fazer o mal.


ÉPOCA – Há alguns meses entrevistei outro autor de terror, Justin Cronin, e ele elogiou seus livros. Qual é a sua opinião sobre a atual geração de escritores de terror – autores como ele, você e Neil Gaiman?

Hill - Acho que somos muito sortudos. Estamos em um momento em que é possível escrever histórias de detetive, de terror ou de ficção científica, capturar uma audiência grande, e ainda assim ser levado a sério como escritor. Há alguns anos, havia uma noção errada de que as pessoas que escreviam ficção realista, sobre política, desilusões ou velhice, eram autores “literários”, e os autores de fantasia não estavam no mesmo nível, ou não mereciam atenção da crítica. E esse era um estereótipo muito americano: se você olhasse para outras culturas, veria autores como Gabriel García Marquez fazendo muito sucesso com o realismo fantástico na América do Sul, por exemplo. Hoje isso mudou nos Estados Unidos também. É possível fazer sucesso com o público e com a crítica.


ÉPOCA – Como você decidiu se tornar escritor?

Hill - Eu tenho duas grandes influências em casa: meu pai [Stephen King] e minha mãe [Tabitha King]. Tive influências de outros escritores, mas nada que chegasse perto disso. Quando eu tinha 12 anos, via meu pai sair da sala e ir ao escritório dele para inventar alguma coisa, e minha mãe indo para o escritório dela para fazer o mesmo. Parecia natural ir até o meu quarto, ficar sentado algumas horas e inventar uma história também. Quando você faz isso todos os dias, acaba se tornando bom e alguém vai pagá-lo para fazer isso.


ÉPOCA – E como foi a decisão de escrever livros de terror, assim como seu pai?

Hill - Essa decisão veio bem mais tarde. Quando eu estava na faculdade, tinha certeza de que queria ser escritor. Mas não gostava da ideia de assinar meus livros como Joseph King. Meu medo era que os editores publicarem meus livros só para ganhar dinheiro fácil com o sobrenome, mesmo se eles não fossem bons. Foi aí que decidi esconder minha identidade e escrever como Joe Hill. Naquela época, eu evitava ao máximo escrever sobre terror, para não ser considerado uma imitação do meu pai. Escrevia histórias realistas, que não me excitavam muito. Eu sempre gostei mais de terror e fantasia. Depois de alguns anos eu me toquei: se eu assinasse como Joseph King, não me permitiria escrever esse tipo de história. Mas, como eu era Joe Hill, poderia escrever sobre o que eu bem entendesse! (risos) A minha identidade continuou secreta por dez anos: nem mesmo meus agentes sabiam que eu era filho de Stephen King. Foi tempo suficiente para publicar dois livros, aperfeiçoar meu estilo e fazer um certo sucesso, sem que ninguém me incomodasse por ser filho do meu pai.


ÉPOCA – Seus pais te ajudaram muito na sua formação como escritor?

Hill - Sem dúvida. Meus pais são os melhores professores de redação que eu poderia querer. Meu pai é, na minha opinião, o maior autor de sua geração, e também o meu melhor amigo. Eu mostro todo o meu trabalho para ele e para a minha mãe, eles fazem comentários. Tenho muita sorte por contar com eles. Mas também tenho de trabalhar duro: é um trabalho como qualquer outro. Você tem de se dedicar por várias horas. A escrita é algo que pode ser aprendido, mas não sei se é algo que pode ser ensinado. O escritor tem de percorrer o seu próprio caminho. Eu, por exemplo, jogo fora 90% ou mais do que eu escrevo. Só 10% acabam publicados. Conversando com outros autores, vi que não era exceção. Você tem de jogar fora o que é satisfatório para publicar só o que é excelente.


ÉPOCA – A recepção do seu trabalho pelo público mudou depois que sua identidade foi revelada?

Hill - Meu pai tem vários fãs, e as pessoas ficaram curiosas. Isso acabou fazendo com que eu chamasse mais atenção. Mas eu continuo a escrever como Joe Hill, e acredito que mesmo hoje em dia há leitores que compram meus livros sem saber que sou filho do Stephen King. Algumas pessoas fizeram estardalhaço quando o parentesco foi descoberto; eu posso garantir que passo menos tempo pensando nisso do que elas. Afinal, já estou no meu terceiro livro. Uma pessoa poderia até se interessar por um livro meu por causa do meu pai, mas se o livro não fosse bom, ela não compraria o próximo. As pessoas querem se divertir, não querem se sentir enganadas. Eu procuro trabalhar nos meus livros para conquistar o leitor, sem pensar que será mais fácil para mim do que para outros autores.


http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI183514-15220,00.html


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